Alguns profissionais da área Psi nos enviam clientes que possuem dificuldades extremas com a escrita: como por exemplo, o pânico ao escrever. Quando este tipo de dificuldade chega até a Central de Escritores, a primeira coisa que fazemos é acolher, em um segundo momento buscamos identificar a causa de onde emerge o pânico ou receio da escrita, isso através da própria escrita. Porque de uma coisa temos certeza, não vem da escrita em si, a escrita não tem o poder de assombrar ninguém, tem uma outra coisa por trás disso, e nós tentamos identificar através de sessões de oficinas de escrita terapêutica – um processo suave, leve e dinâmico – de onde nasceu o temor e as dificuldades da escrita do indivíduo. Em pouco tempo, uma média de 4 meses, o pretenso escritor, seja literário ou de outro nicho, faz as pazes com a escrita e aprende a utilizá-la a seu favor.

Uma outra demanda que recebemos muito, são os clientes dos profissionais psi, encaminhados por estes, para escrever um livro sobre sua relação com a desordem emocional que convivem. Esse tipo de acompanhamento é mais delicado, conta com profissionais muito bem-preparados para o processo e com uma comunicação aberta com os profissionais já pertencentes ao cotidiano do autor. Um livro nesse teor traz muita compressão para o escritor sobre sua realidade e produz ferramentas para administrá-la melhor, enquanto gera para a sociedade um case de vida real que informa com um alto teor de identificação, tanto aos familiares e amigos, quanto aos outros-iguais e profissionais da área.

E por fim, muitos psicoterapeutas, que utilizam abordagem com alta para o paciente, nos encaminham os mesmos para a escrita terapêutica em grupo, como ferramenta que ajuda no desmame das sessões. Enfim muitos são os caminhos terapêuticos que a escrita e o livro nos oferece, precisamos desfrutar deles.