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O papel em branco é uma oportunidade

Não há como saber o que vai acontecer com um texto antes de ser escrito. Cada folha em branco que me deparo, seja física ou digitalmente, é sinônimo de uma nova oportunidade surgindo no horizonte.
Eu não sei se funciona assim também com outros formatos de arte, como esculturas ou pinturas, e até acredito que não, mas com a escrita, é quase impossível saber como saíra um texto – e isso se exacerba quando de teor puramente literário – antes que ele esteja completamente escrito, tenha sido relido e até corrigido pelo autor.
Sim, porque se engana quem acha que o primeiro rascunho é sempre o melhor trabalho de um autor. Talvez até seja o mais autêntico, o que fala mais próximo a alma e ao coração, o que é mais cheio de desejos e anseios, o mais íntimo e sincero… mas dificilmente este será o último, o publicado ou mesmo o que o autor mostrará para alguém, seja quem for.
A escrita é um tipo de arte que, por mais que precise de organização de ideias e planejamento, é imprevisível no que condiz ao resultado final. Por isso costumo dizer que a cada página em branco, recebo também uma nova oportunidade.
Antes de tudo, uma nova chance de me conhecer mais – sim, porque inevitavelmente a minha escrita é algo que fala mais de mim do que eu mesma seria capaz de dizer em voz alta. O escrever parece ser muito mais próximo da alma que o falar – que está sempre ali, perto da boca, fácil de tocar e acontecer, fácil de fazer a gente se enganar pelo que queremos poder dizer.
E mesmo quando se trata de uma reescrita – esta tão importante para quem leva a escrita com rigor de profissão, assim como eu, para quem deseja publicar ou divulgar os escritos ou mesmo para quem com ela trabalha – por mais que seja o lapidar de uma escrita antiga… também ela é uma nova chance de fazer melhor, uma oportunidade de rever antigas ideias e conceitos, levar em consideração outros pontos de vista, por em teste outros vieses antes não considerados.
É muito importante encarar cada momento de escrita como uma nova chance. É imprescindível olhar para cada folha em branco como uma nova oportunidade de ser você, de expressar sua verdade e se fazer ser lido – que, acredito eu, talvez seja ainda mais forte e intenso que ser ouvido.

Gabriella Maciel

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